Entrevista Especial

Terceira resposta que
Bigucci jamais daria

  DANIEL LIMA - 21/03/2024

Vamos dando continuidade a responder o que o empresário Milton Bigucci deixou de responder no projeto de Entrevista Especial. Foram formuladas quase duas dezenas de perguntas ao dirigente do setor imobiliário, atividade de grande importância ao equilíbrio social de uma região em continuado processo de enfraquecimento. Vejam a pergunta que Milton Bigucci não respondeu, e que respondemos à revelia dele. Uma emenda melhor que o soneto. Afinal, se Milton Bigucci respondesse o que não respondeu provavelmente responderia em forma de conteúdo mais que suspeito à veracidade dos fatos.

CAPITALSOCIAL – Como o senhor interpreta a desindustrialização continuada da região e o compulsório empobrecimento da população quando se estica e se especifica essa situação ao mercado imobiliário?

RESPOSTA – Milton Bigucci não teria o que responder caso seguisse a lógica de omissão como agente econômico com visibilidade pública, porque raramente o fez ao longo da presidência no Clube dos Construtores e, também, exceto para dourar a pílula, como empresário imobiliário.

Trocando em miúdos: Milton Bigucci falhou duplamente porque sempre se preocupou com o próprio umbigo econômico e social, no máximo com o umbigo de classe, de poucos participantes, tanto quanto ao presente como ao futuro da região. Sempre – é bom que se destaque – sempre e sempre se comportou de forma contrária ao que poderia ser chamado de cidadão além das paredes dos prédios que constrói.

É verdade que esse apatia social não é monopólio de Milton Bigucci, mas ele merece ganhar resplandecência e maior cobrança porque sempre teve a mídia submissa à disposição para erguer monumentos de inutilidades informativas, quando não deliberadamente como agente de especulação imobiliária.

Por essas e outras, ou seja, porque nunca se relacionou de forma dinâmica e abrangente com a sociedade, ele e os agentes econômicos corporativos do mercado imobiliário assistem à derrocada da região e a concentração maciça de negócios residenciais voltados às classes mais sofridas da população. Os apartamentos são cada vez mais minúsculos porque é preciso tentar encaixar o rebaixamento da massa salarial da região, gigantesco neste século, no orçamento familiar.

Como se observa, os vasos comunicantes da política e da economia sempre se encontram e, mais dia, menos dia, explodem em contrariedades.

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